Pare de se vender! Faça os outros quererem te comprar

Hoje em dia é sempre assim: Você abre o computador — ou liga o celular — e diretamente seus dedos te levam às famosas redes sociais, numa inexplicável necessidade de visualizar tudo o que ocorre a sua volta, saber onde estão seus amigos, o que estão fazendo, ou simplesmente de passar o tempo — tempo esse que vivemos reclamando que não temos.

Até aí tudo bem, nenhuma novidade, somente uma constatação de nosso estilo de vida moderno.

O que ocorre é que, a partir do momento em que imergimos nas tais mídias sociais, somos atingidos por dezenas, centenas de anúncios publicitários. Alguns nos interessam, outros passam quase que despercebidos. Mas também não é este o tema principal deste texto.

O título do artigo que você lê nesse exato momento se refere à publicidade que ocorre disfarçada, quase que invisível, a qual às vezes nem percebemos seu real intuito. Eu me refiro às inúmeras publicações existentes que não vendem um produto ou serviço, mas sim uma pessoa, suas qualidades, seu diploma, seu dinheiro ou até seu status.

Vivemos hoje tentando nos vender, isso é normal. É necessário. É sobrevivência.

Mas, afinal, não é muito melhor quando os outros querem nos comprar sem termos feito propaganda alguma?

 

Somos todos produtos

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Você pode até discordar, ou simplesmente ter um ponto de vista diferente do que descrevo aqui, mas entendo que sim, hoje em dia somos todos produtos. E, por conta disso, temos a necessidade quase que fisiológica de nos vender, de nos provar aos outros e de, quem sabe, atrair algum cliente interessado.

Veja bem, não estou aqui desfazendo de tal estratégia — até porque, como dito acima, acho que esta é simplesmente uma maneira de sobreviver aos dias atuais —, mas perceba que vários podem ser os motivos para que você acabe se transformando em um produto e saia se vendendo por aí, em busca de um consumidor cujas necessidades você possa suprir.

Cada foto que você posta no Instagram, por exemplo, tem um intuito, um porquê de ser postada. Talvez você queira mostrar para um amigo o quanto você valoriza o relacionamento de vocês, ou pode estar tentando demonstrar quão boas estão sendo suas férias, ou quanto sacrifício você passa na academia e, por consequência, quanto efeito ele está trazendo.

Quando posta um textão no Facebook — seja ele sobre política, direitos humanos ou os cachorros utilizados em testes para cosméticos —, você quer mostrar seu ponto de vista. Você pode estar tentando vender sua visão, ou seu conhecimento sobre assuntos de importância. Por último, pode simplesmente estar demonstrando sua raiva com o que está ocorrendo.

Para finalizar, quando se utiliza do LinkedIn para fazer postagens, tudo é friamente calculado, tentando passar o máximo de conhecimento possível aos seus candidatos a novos chefes ou clientes. Tudo se resume às qualidades que temos como profissionais, quais eventos participamos, quais cursos fizemos ou com quem encontramos para tomar um café.

Nessa busca cega por nos vender, acabamos criando uma comunicação de mão única, em que não há interação nenhuma, mas sim um show de uma pessoa só, em que os outros são simples espectadores.

 

De fake já bastam as news

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Num mundo rodeado de fake news, de notícias que parecem, mas não são, de fatos que enganam até os mais experientes e cultos, poderia existir verdade nos relacionamentos pelo menos. Tanto na vida real quanto nas redes sociais, buscamos uma aprovação que não cabe a nós.

Ouvi uma vez que a única coisa que podemos controlar é como os eventos de nossas vidas afetam a nós mesmos, visto que é praticamente impossível prever como outros serão afetados pelo que fazemos ou falamos. Pensando nisso, buscar a aceitação da sociedade através de fotos e textos parece meio irreal, já que não há como saber se, de fato, o receptor da mensagem irá interpretá-la da forma como você gostaria.

Uma foto toda tratada, num paraíso tropical, pode soar linda e perfeita para alguns, assim como outros podem entender como forçada e metida. Da mesma forma, um texto todo culto pode demonstrar a alguns todo seu conhecimento, mas a outros pode simplesmente significar mais um entoando um canto que já se ouve de todos os lados.

Depender dos outros para ter uma própria aceitação é, além de perigoso, quase impossível.

Seja um produto desejado!

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Muito mais do que ser um produto que todos conhecem porque veem aos montes na televisão ou nas redes sociais, seja um produto que os outros conhecem porque é bom. Isso faz muito mais efeito para seus possíveis compradores — sejam eles amigos, família, chefes ou clientes — e cai muito melhor para sua imagem. Você deixa de ser um spam ambulante para se tornar um case de sucesso.

Sei que falar é extremamente mais fácil que fazer — acredite, sinto isso na pele —, mas somente poderemos confirmar a tese se nos arriscarmos na tarefa. É muito mais trabalhoso ser desejado, mas os efeitos são bem mais benéficos a você. Como fazer? Essa é uma boa pergunta, de fato.

Como disse no início do texto, faz parte de nossa essência se vender, mas isso não significa que tenhamos que fazer isso a todo o tempo e em todos os meios possíveis. Sugiro tentarmos equilibrar um pouco mais as coisas, mostrar um pouco mais de humanidade no meio de nossos posts quase que patrocinados.

Por fim, deixo claro que muito mais que uma crítica a outros usuários, este artigo é uma análise geral de nosso comportamento como pessoas. Tentamos tanto buscar aprovação dos outros, que nos vendemos a todo o tempo, em busca de alguém que compre a tal aprovação. Continue utilizando suas redes sociais da mesma maneira — eu também irei —, mas pense menos no outro e mais em si mesmo. Saiba o que te faz feliz e o que você quer compartilhar com o mundo, e não o que os outros querem que você diga.

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